Estranha num bar




Penso na mulher sozinha no bar. O copo vazio denunciava que ela bebera vários
drinks. Uma mistura de cigarro e fragância de mulher exalavam de seu corpo. Então tive vontade de me aproximar e quem sabe pagar-lhe uma bebida. Mas me detive. Seus olhos estavam opacos, parecia não ver nada que não a sua própria ruína. Parecia estar ali há muito tempo, como a esperar. Mas quem esperaria por um alguém que nunca viria? Mesmo assim, meio ébria, os cabelos um tanto amarrotados, era bela aquela mulher. O batom borrado nos seus lábios carnudos ainda eram um convite para um tórrido beijo, e começo a querer conhecê-la. A cena de sua bêbada noite solitária mais parecia um quadro de Klimt. Uma imagem surreal que me acompanhou por muitos sonhos depois. E muitos sonhos depois eu evocaria a mulher solitária naquele bar à meia luz... De uma hora para outra ela parece se cansar de esperar por seu amante imaginário, mas logo desiste de ir embora, porque percebo que pede ao barman mais uma dose de uísque. Sua indecisão me aborrece, mas não tenho coragem de abordá-la. Ainda assim ela me atrai, fico enfeitiçado por sua desgrenhada solidão. Solidão esta que tanto parece com a minha...
2 Responses
  1. Atmosfera de literatura pop.

    Valeu a força de sempre, meu caro.
    Vamos em frente.


  2. Oiii Gostei daqui!
    Obrigada pela visita... voltarei sempre!
    beijosssss


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