Óculos escuros



Os olhos que vêem mais fazem que só sonhar.
Os olhos não só choram,
Mas lamentam instantes que doem e machucam.
E como falam...
Vivem revelando esperanças incontidas, desvendam segredos ignotos,
Enxergam mundos distantes e inconcebíveis...

Olhos são sempre mais fiéis.
Mesmo diante de falsas sinceridades.
Não se deturpam diante de palavras mentirosas,
Mas revelam uma ternura ímpar, ao objetivo do seu amor.

Os olhos são o portal da alma
que se esconde sob escusas e ludíbrios
Ou sob as escuras lentes dos óculos
Os olhos ferem, envolvem, recusam-se... aos olhos.

Até dão o amor os olhos
Até são o amor os olhos...

Olhos assim, de amor, me alcançaram.
Mas os meus resolveram esconder-se sob óculos escuros.
Por incapacidade de saber o amor desses olhos.
Então clamam um nome sem palavras.
Emudecem ao ver de longe, os olhos que sempre amou.
Desabafam saudade sem sentido, rejubilam céticas alegrias.

Nada podem dar, este olhar?
Talvez calor, ternura, compreensão ou fé.
Além de solidão – eis o que restou.

Concebido na Pro-Matre em 30/05/2004, 12:31
Finalizado em casa em 12/08/2004, 22:39
Reformulado em 18/07/2009, 15:55, SSA
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