Metafísica






Meu céu, menos azul do que antes

pela falta que tu fazes

pela verdade de tua existência que me deixou.

A noite que me banha, menos alegre

porque não vejo a brilhar

a estrela que me dá alento, me acaricia,

e isto anuncia um fim próximo: o meu...

E esses campos todos que me cercam

agora menos coloridos,

a própria vida se mostra minguada, incerta,

e nem meus olhos de quase-poeta

podem restituir-lhes a sua cor, a sua vida.

Percebo a minha própria pequenez,

o quanto sou ínfimo, o quanto acreditei:

os verões que passamos juntos não são eternos...

As coisas, mesmo elas, perderam o sentido,

já não há porque chover,

chover remonta a lágrimas,

essas que me falham.

Por que então a aflição?

Não sabia eu que enquanto uns riem

outros tantos amargam sua dor?

Essa sim, inevitável...



Em 02/12/2004
22:22 pm
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