De como o amor transcende até o fim




É incrível como AMOR está em tudo e em todos. Se alguém discordar disso basta olhar em volta, para a natureza, onde coisas assombrosas se derramam diante de olhos atentos e extasiados. Quem nunca se maravilhou com um pôr-do-sol perfeito, com a poesia de uma flor bela e solitária, com o úmido encanto de uma cachoeira, calma e convidativa para um banho? Ou mesmo nas coisas bem mais simples e comuns, mas nem por isso menos sublimes, como uma tarde de ócio, um dia chuvoso em casa com quem se gosta ou ainda a melodia do canto suave de um pássaro? Em coisas como essas as pessoas costumam associar o AMOR, fruto do coração compassivo e benévolo de Deus. Então, tudo na Terra seria um presente de Deus aos seus filhos mortais, prova indelével de seu imenso AMOR por nós...

Posso dizer também com plena certeza que há AMOR em todos, indistintamente. Até mesmo no mais frio e calculista genocida. Como? Isso mesmo! Até seres privados de qualquer sentimento de piedade e compaixão por seu semelhante amam sua causa, ainda que esta forma de amor seja mais doentia do que benfazeja. Mesmo sendo algo insano e ao mesmo tempo interessante, há que se concordar com a forma desprendida como se entregam aos seus ideais nefastos, ceifando suas próprias vidas - e a de muitos outros - por um deus que nem mesmo sabem quem é ou o que quer. Mas vá lá...

Terminada esta pequena explanação sobre o AMOR, quero também falar um pouco desse sentimento capaz de transcender até mesmo o fim da existência dos homens. E quero fazê-lo citando três pequenas histórias de AMOR, apresentadas nas telas de cinemas. Trata-se de como o AMOR é capaz de transcender a barreira de nossa efêmera vida, e se perpetuar na lembrança daqueles que ficam...

Irei citá-los na ordem em que eu os assisti, de orelha. Por isso vou começar com "Love Story", uma história de amor escrita por Eric Segal e dirigida por Arthur Hiller. Trata-se da história de um jovem (e muito rico!) estudante de Direito que conhece e se apaixona por uma estudante de música. Eles então decidem se casar, mas os pais de Oliver IV se negam a aceitar este enlace porque Jennifer é de família humilde. Logo o pai de Oliver IV o deserda e eles têm de se virar para sobreviver. Depois de muitas reviravoltas em que o jovem casal passa por dificuldades financeiras, OLiver IV consegue emprego num dos mais respeitados escritórios de advocacia e então sua situação melhora drasticamente. Felizes, decidem ter um filho, mas, depois de várias tentativas frustradas, decidem procurar um médico especialista em fertilização. E então Jennifer descobre que está com leucemia e não tem muito tempo...
O que faz desse pequeno excerto tragicômico é como a vida pode, às vezes, ser tão desesperadora quanto sublime. Oliver e Jennifer têm tudo para serem muito felizes, mas a doença dela causa um enorme desespero na vida daquele casal que tanto se amava. E então eles buscam viver cada minuto juntos, numa tentativa desesperadora de se manterem unidos, de perpetuarem seu sentimento, de extraírem do outro o motivo de sua existência. Mas um dia Jennifer parte, e então Oliver tem de aprender a viver sem sua amada, ou, pelo menos, tentar viver das lembranças do AMOR que os uniu e os fez melhores um para o outro.

O outro filme, "Antes que termine o dia", do diretor Gil Junger, traz a história de Ian e Samantha, ele, um jovem executivo em ascenção numa empresa de pesquisa genética, ela, professora de música para crianças e integrante de uma orquestra onde está prestes a se formar. O drama deste casal começa quando Sam percebe que Ian não está muito interessado em demonstrar seu sentimento por ela preferindo investir em sua carreira. Ao contrário de Sam, que faz tudo para agradar ao namorado, de quem gosta muito. E essa aparente dificuldade entre os dois se acentua quando Ian parece não ligar para as coisas que Sam gosta e estima, como sua audição de formatura, o carinho demonstrado por seus alunos de música ou mesmo pelo amor que Sam devota a ele. Eles acabam rompendo o namoro, Sam sai apressada do restaurante onde estão e pega o primeiro táxi que passa. Logo em seguida a tragédia ocorre, quando o táxi em que Sam se encontra é atingido por um carro desgovernado. Ian corre até o local, desesperado. Samantha é levada para o hospital, mas não resiste...
Ian não consegue entender como aquilo pôde acontecer, e então passa a pior noite de sua vida: o último dia de vida de Samantha, a mulher de sua vida. Mas algo inesperado e inimaginável acontece no dia seguinte: Ian acorda e dá de cara com Samantha vivinha da silva! No decorrer daquele dia ele percebe que tudo está se repetindo como o dia anterior. Então ele compreende que eles ganharam mais um dia, igual ao anterior, para que ele pudesse consertar e fazer tudo diferente: ele tem uma nova chance de mostrar a totalidade de seu amor por Samantha, que está além da morte...

Por último, quero citar - acho que o melhor de todos, para mim, é claro! - o filme "A walk to remenber", algo como "Um AMOR pra recordar", do diretor Adam Shankman, que conta a história de Landom Carter, um jovem causador de problemas e popular na escola. Landom aparentemente tem uma vida perfeita, legal, cheia de "aventuras", onde se envolve em confusões e brigas, além de ser desejado pelas garotas de sua escola por ser muito popular. Mas um infortúnio o faz se aproximar de Jamie, garota recatada, politicamente correta, filha do pastor da cidade e totalmente oposta ao nosso herói. A peça de teatro da escola os aproxima ainda mais e Landom começa a perceber que tem de mudar seu jeito de ser, buscar outros interesses, além de tentar conquistar aquela garota tão diferente das muitas outras que ele já teve. Então eles se apaixonam e decidem ficar juntos, fato que chamou a atenção dos antigos amigos de Landom e companheiros de arruaças. Tudo ia bem até Jamie revelar a Landom que tem leucemia - uma coincidência com "Love Story"? - e que não reage mais ao tratamento, o que lhe dá pouco tempo de vida. Landom obviamente se desespera e tenta ajudar sua amada, pedindo, inclusive, ajuda ao seu pai, com quem há muito não se dá bem. Essa trama toma alguns reveses até culminar com o casamento dos dois, seguido pela partida inesperada de Jamie. Então Landom volta a Beaufort, quatro anos depois, onde revive cada lugar onde esteve com o AMOR da sua vida, amor que foi capaz de salvá-lo de uma vida de desordem e perdição. Jamie salvara a vida de Landom, mas este fora o milagre da vida dela...

Essas são histórias belíssimas de como o AMOR é capaz de mudar caráter, atitudes, transformar fraqueza em força, caos em esperança, dor em alegria. Mas o que as tornam mais belas é o fato de parecerem tanto com a vida de cá, fora da tela: a vida real, a nossa vida. Há tantas pessoas que têm ou tiveram um AMOR que as marcou, fez delas melhores pessoas e trouxe mais calor e vida à sua existência. São histórias que contam a história de pessoas como nós, comuns, porém, muitas vezes marcadas por algum infortúnio que nos tira a presença do ser amado, como acontece com essas três novelas que retratam a vida real. Mas será mesmo que o AMOR tem fim quando um dos amantes e amados parte? A História diz claramente que não, e a arte imita muito bem a vida...
1 Response
  1. Falar de amor é fácil, entretanto é superdificil expressar realmente o que sentimos e traduzimos externamente como amor.
    Prefiro me calar...


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